Como saber se o bebê está com fome? Será que a criança está comendo o suficiente?
Eis duas dúvidas frequentes entre pais e mães durante a introdução alimentar dos bebês. A geração criada com o mandamento de “raspar o prato pra ficar forte” costuma ficar aflita diante da recusa dos filhos a certos alimentos.
Porém, antes de olhar para o prato do bebê, é importante observar a expectativa do adulto cuidador.
“Normalmente a expectativa do adulto é uma, e o que a criança realiza é outra coisa. Muitos fazem o prato da criança com o olhar do adulto, desconhecendo que no estômago da criança cabe apenas 30 ml por kg de peso. Sendo assim, pouca comida é o suficiente” explica Carla Maria Massuia Peralles, nutricionista especialista em Nutrição Materno Infantil e Gastronomia.
Sinais de fome são similares em crianças e adultos: irritabilidade e impaciência são as manifestações mais comuns. Crianças também costumam se inclinar para o alimento e podem chorar. Carla Massuia lembra ainda que algumas delas citam dor de barriga, pois ainda não sabem nomear e entender o que é o “estômago roncando”.
Já os sinais de saciedade mudam conforme a idade e a capacidade de comunicação do bebê, e a própria compreensão dele sobre a função da comida. Não esqueça que até pouco tempo ele se nutria apenas com leite materno ou fórmula infantil. A alimentação sólida e os novos sabores são novidades a serem assimiladas.
Antes de mais nada, vale reforçar: comer bem é ter uma relação saudável com o alimento, e não necessariamente devorar um pratão.
“Cabe apenas à criança a decisão do quanto comer. A criança, como dona do seu corpo, é capaz de saber o quanto de comida é necessário para aquele momento, desde que não esteja sendo coagida e chantageada a comer. Quando o adulto já entendeu esses conceitos e tudo flui adequadamente na refeição, a quantidade aceita (ou não) não é relevante, mas sim o bem-estar e o conforto da refeição”.
Reunimos mais cinco dicas da nutricionista Carla Massuia.
A introdução alimentar saudável não é sobre a quantidade de nutrientes ingeridos, mas sim sobre a apresentação dos alimentos.
É necessário que todos os cuidadores estejam envolvidos e comprometidos com o bem-estar e saúde da criança, que todos estejam seguros e tranquilos.
O ideal é que a criança coma junto com as pessoas que ama, que tenha acesso a alimentos adequados para a idade e que tenha espaço para explorar a comida de acordo com as habilidades apresentadas em cada etapa.
Não existe “truque” para a criança comer mais. Chantagens ou recompensas podem criar uma relação equivocada com a alimentação.
Criança come o que conhece. Se ela demonstrar que não gostou de algum alimento, é importante respeitar e agir com naturalidade. O ideal é não tirar do prato, para que o contato visual siga existindo e para que ela tenha a possibilidade de experimentar, se quiser.
A orientação de um profissional de saúde é importante até mesmo antes da introdução alimentar. Seja para ajudar os pais a entenderem esse processo, seja para guiá-los na melhor escolha de alimentos.
Porém, algumas situações específicas requerem mais atenção. Massuia cita cinco:
A criança apresenta apreensão, angústia, choro e desconforto nos momentos da refeição.
O ganho de peso e estatura não ocorre conforme o esperado para a idade.
Há grupos alimentares totalmente recusados: por exemplo, a criança não come nenhuma fruta ou legume.
A família opta por alimentação vegetariana ou vegana (totalmente possível, mas são necessários ajustes nutricionais).
A criança apresenta alguma condição de saúde que necessita de suporte nutricional: constipação, alergia alimentar, refluxo persistente, por exemplo.
Lembre-se sempre: as refeições são momentos de conexão com quem amamos. Quer saber uma forma de tornar esse momento ainda mais alegre? Deixe as crianças participarem do preparo dos alimentos!
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Nutricionista Carla Maria Massuia Peralles (CRN 3 31350) | Pediatra Descomplicada | Pueritia
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