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Saúde mental: temperatura alta aumenta o estresse?




No verão, quando as temperaturas estão mais altas, é comum ouvir queixas de cansaço, dor de cabeça, queda de pressão, tontura, entre outras. Esses são os efeitos mais conhecidos do calor, mas nem sempre é fácil perceber a relação entre temperaturas altas e saúde mental.


Como o calor afeta corpo e mente? Realmente ficamos mais estressados nos dias mais quentes? Qual a consequência disso no longo prazo? Como se proteger? Continue lendo para conhecer as respostas a essas perguntas e algumas medidas práticas que vão te ajudar a manter a qualidade de vida em dia.

 

 

Os efeitos do calor no organismo



A principal consequência prática do aquecimento global é o aumento no número de dias com temperaturas altas. Isso pode causar o que os especialistas chamam de estresse térmico, que é a exposição acumulada do corpo a altas temperaturas, o que pode elevar a temperatura corporal além do valor normal de 36°C. Grupos de risco, como portadores de doenças crônicas, idosos, grávidas e crianças, demandam ainda mais atenção.

 

Durante uma onda de calor, é comum que o organismo tenha um tempo de adaptação no qual pode apresentar sintomas como dor de cabeça, mal-estar, perda de apetite, transpiração excessiva, sede intensa, aumento da frequência respiratória ou cardíaca, pressão baixa, cãibras e até alteração de humor e perda de rendimento.

 

Em níveis extremos, quando a temperatura do corpo chega próximo dos 40°C, o calor pode levar ao mau funcionamento dos órgãos e até à morte.

 

Na presença dos sintomas mencionados, é importante levar a pessoa a um local arejado, deitá-la com os pés levemente elevados e buscar formas de manter a temperatura corporal regulada. Isso inclui beber bastante água, resfriar a pele com água fria e utilizar compressas frias na região do pescoço e axilas.


A exposição prolongada ao calor intenso tem ainda uma relação com a saúde mental. Isso porque as altas temperaturas estimulam a produção do cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”. Falaremos mais a seguir sobre esse hormônio, que atua no controle de diversas funções, entre elas o estresse físico e emocional, a pressão arterial, a glicose e até o ciclo do sono.

 

 

A relação calor x “hormônio do estresse”


Os níveis de cortisol variam ao longo do dia, mas, em situações de estresse (incluindo calor intenso), o corpo reage de maneira semelhante às situações de perigo, provocando um aumento imediato do hormônio.

 

Esse aumento brusco é uma reação até positiva, porque deixa o corpo alerta aos perigos à sua volta. Por exemplo: quando um animal atravessa a rodovia na frente do carro em alta velocidade, desviar rapidamente é uma reação motivada pelo estresse. Então, quando a situação de perigo passa, os níveis de cortisol voltam ao normal.

 

O problema surge quando esses picos de cortisol deixam de ser pontuais e passam a ser prolongados, ou crônicos. E é exatamente o que acontece quando passamos por longos períodos de temperaturas altas: a situação de estresse não passa rapidamente e o cortisol no sangue se mantém alto.

 

 

Como reduzir os efeitos do calor na saúde mental



Apesar de não ser possível precisar exatamente o papel do cortisol e do estresse prolongado no desenvolvimento de doenças mentais, é seguro afirmar que essa relação existe e merece atenção.

 

Como vimos, o estresse causa picos de liberação de cortisol, mas é importante lembrar que existem outros fatores responsáveis pela regulação (ou não) do hormônio, como a alimentação e o sono. E, com frequência, os três andam juntos.

 

Por isso, para controlar os efeitos do hormônio no corpo, é importante fazer algumas mudanças no seu estilo de vida, tais como:

 

  • Ter um sono regulado - tente manter uma rotina diária, com horários certos para dormir e acordar.

 

  • Fazer atividades que te dão prazer - aqui vale desenhar, pintar, conversar com um amigo, ver um filme ou até brincar com seu pet.

 

  • Praticar exercício físico - qualquer atividade, seja yoga, corrida, musculação, esportes coletivos, natação. Todos podem melhorar tanto a saúde física quanto a saúde mental e o humor.

 

  • Manter uma alimentação equilibrada - opte por um cardápio rico em alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras. Equilibre com proteínas e carboidratos nas proporções recomendadas pelo seu médico.

 

 

O calor afeta o corpo e a mente. Por isso, além de aprender a lidar com os impactos físicos das altas temperaturas, precisamos ficar atentos também aos seus reflexos na saúde mental.

 

Ao adotar mudanças simples no estilo de vida, como regular o sono, praticar atividades prazerosas, fazer exercícios, manter uma dieta equilibrada e investir em técnicas de relaxamento, é possível minimizar os efeitos do calor no organismo, promovendo bem-estar e qualidade de vida.




Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fontes: Fiocruz, Psicologia Revista - PUC-SP, Senado Federal, Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade.

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