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Queimaduras: como prevenir e aliviar


Água quente, fogos de artifício, fogueira, ferro de passar, produtos químicos, eletricidade, entre tantos outros. São muitos os fatores que podem provocar queimaduras em diferentes graus.


A Associação Brasileira de Queimaduras (ABQ) estima que cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem esse tipo de acidente todos os anos. Desse número, aproximadamente 100 mil pessoas precisam de atendimento hospitalar, o que o torna um problema de saúde pública.


Desde o ano passado, com o início da pandemia do novo coronavírus, o uso incorreto do álcool líquido em maiores concentrações e do álcool em gel fez aumentar a quantidade de casos nas unidades de queimados em vários hospitais.


Apesar de ser eficiente na higiene e no combate ao vírus, o álcool 70 é altamente inflamável, ou seja, pega fogo facilmente. No caso do álcool em gel, o perigo é ainda maior: o fogo inicial é quase invisível.


As queimaduras podem ser classificadas de acordo com a profundidade do ferimento e suas causas.

Quando falamos em profundidade, estamos nos referindo a primeiro, segundo e terceiro grau. Você sabe a diferença entre elas?



Outra forma de diferenciar são as causas: térmicas, químicas e elétricas.


As queimaduras térmicas são as mais frequentes nas emergências, provocadas por fogo, líquidos superaquecidos (água ou leite ferventes, açúcar queimado, óleo de frituras), objetos quentes (canos de motos, ferro de passar, panelas, por exemplo) ou exposição ao sol.


As queimaduras químicas ocorrem por contato com substâncias químicas, como soda cáustica, venenos, pilhas e baterias, que têm materiais corrosivos.


As queimaduras elétricas são causadas pelo calor gerado na corrente elétrica durante um choque e também interferem nos sistemas cardíaco e nervoso.

Apesar do susto e da dor, é preciso tentar manter a calma para avaliar a queimadura e aliviar a dor da pessoa, seja adulto ou criança.

  1. Resfrie a área queimada em água corrente, usando jato suave e temperatura natural (nunca gelada), por cerca de 10 minutos.

  2. Antes que a pele comece a inchar, retire quaisquer acessórios que possam pressionar o local, como pulseiras, anéis etc.

  3. Cubra a queimadura com pano, gaze ou toalha limpos e úmidos e se dirija para a emergência. Atenção: Não utilize compressas úmidas por muito tempo em áreas extensas, pois podem ocasionar hipotermia, ou seja, quando a temperatura do corpo da vítima fica abaixo do normal.

  4. Em casos de queimaduras químicas, lave bastante o local por pelo menos 20 minutos para remover a substância. Se houve ingestão de substância corrosiva, leve a pessoa ao hospital imediatamente.

  5. Se a queimadura for elétrica, tire o aparelho da tomada ou desligue a energia antes de tocar no local e também leve a pessoa ao hospital imediatamente.

O que não fazer em caso de queimadura

  • Não aplique gelo no local. Pela temperatura negativa, ele também provoca queimadura.

  • Esqueça as dicas caseiras! Além de não resolver, elas ainda podem causar infecções. Nada de passar pó de café, pasta de dente, clara de ovo...

  • Nunca fure as bolhas, já que a pele de baixo ainda não está pronta para ser exposta. Quando estiver, a bolha murchará naturalmente.

Devemos ter muitos cuidados para evitar queimaduras no dia a dia, mas um novo precisa ser reforçado em tempos de pandemia: o manuseio do álcool líquido, em gel ou spray.

  1. Não use isqueiros, fósforos ou mesmo tomadas elétricas logo depois de manusear álcool em gel. Espere o produto secar bem. Muitos casos de queimaduras nas mãos acontecem assim.

  2. Utilize o álcool em gel apenas fora de casa ou em lugares em que água e sabão não estejam acessíveis.

  3. Quando estiver na cozinha ou em outras áreas quentes, como churrasqueiras, não use álcool para limpar superfícies ou as mãos. Prefira sempre água e sabão para as mãos e produtos desinfetantes, com ação virucida ou à base de hipoclorito de sódio 0,5%.

  4. Evite sprays de álcool 70%, que podem servir como “lança-chamas”, perto de fonte de calor ou qualquer faísca.

  5. Evite o uso de totens com álcool em gel por crianças. Pela altura delas, o esguicho pode atingir os olhos e machucar a córnea. Aliás, é importante ter um adulto por perto sempre que a criança precisar do álcool em gel, para garantir o uso correto. Por exemplo, com medo do vírus, elas podem querer passá-lo no rosto, expondo-se a lesões.

E, claro, nunca é demais relembrar:

  • Mantenha os braços das panelas e frigideiras sempre para dentro do fogão, para evitar esbarrar e derramar o conteúdo quente

  • Cuidado ao retirar alimentos quentes, especialmente líquidos ou pastosos, de fornos (convencionais ou micro-ondas), ainda mais quando estão numa posição mais alta. Se não for possível esperar esfriar um pouco, use luvas especiais

  • Mantenha as crianças longe de fontes de calor – fogão, churrasqueira, ferro de passar – e de produtos como álcool, itens de limpeza e gás de cozinha. É importante explicar a elas os perigos. E também tenha cuidado sempre que for mexer com esse tipo de material (adultos também se queimam!).


Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fontes: Conselho Federal de Química, Agência Brasil. EBC, SBD, SBP

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