Você provavelmente já ouviu alguma piada sobre o exame de toque da próstata indicado para homens. Ainda há muitos mitos e tabus envolvendo o cuidado dessa região, apesar de ele ser vital para a prevenção de doenças como o câncer.
Há quem diga que o toque causa dor, que esse exame e o PSA são a mesma coisa ou até que o câncer de próstata diminui a virilidade. Isso não é verdade.
PSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, uma proteína produzida pela próstata. O exame de sangue que identifica a quantidade dessa proteína no organismo leva o mesmo nome: PSA.
Ele é um exame de sangue comum (ou seja, só pode causar desconforto a quem tem medo de agulha).
Caso o nível de PSA esteja maior do que o normal, é necessário realizar outros exames.
Vale antecipar: a alteração no nível de PSA não é suficiente para o diagnóstico de câncer de próstata. Para isso, é preciso também o exame de toque e a biópsia.
Segundo o Ministério da Saúde, o índice de PSA pode estar normal em até 15% dos homens com câncer de próstata. Ou seja, apesar de sua importância, esse exame não substitui o de toque.
Eles são ferramentas que ajudam a identificar a doença, cada um com uma atuação própria. Enquanto o PSA detecta a produção da proteína, o toque ajuda a identificar alterações no tamanho, na superfície e em outras características físicas da próstata.
Caso haja alguma suspeita, o urologista consegue pedir com mais embasamento uma biópsia, a partir das informações cruzadas de ambos os exames. Esse mapeamento também ajuda a melhor elaborar um possível tratamento.
Este é um dos grandes mitos. Na verdade, o exame é indolor e rápido. O toque retal dura em média apenas 15 segundos.
Não existe consenso na comunidade médica sobre quando é apropriado começar os exames de rastreamento, mas é crucial abordar essa decisão em consulta com o médico.
Em linhas gerais, a conversa sobre esse assunto tende a começar por volta dos 40 a 50 anos, especialmente para aqueles com histórico familiar de câncer de próstata.
O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde não indicam os exames para simples rastreio. Porém, em casos de homens que fazem parte dos grupos de maior risco ou com sintomas, o exame é fundamental para o diagnóstico.
Os fatores de risco que precisam ser avaliados na consulta médica são:
Idade: o risco aumenta com o avançar da idade, especialmente a partir dos 55 anos.
Histórico de câncer na família: homens com pai, avô ou irmão que tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos fazem parte do grupo de maior risco, Nesse caso, o exame de rastreio é indicado
Sobrepeso e obesidade: o risco de câncer de próstata é mais elevado em homens com peso corporal mais elevado.
O câncer de próstata pode ser silencioso, principalmente no início. Mas é importante ter atenção aos seguintes sinais:
Dificuldade ou ardor ao urinar
Demora em começar e terminar de urinar
Sangue na urina
Jato de urina fraco
Aumento da frequência de ida ao banheiro
Dor na região do períneo
Esses mesmos sintomas podem ser indicativos de doenças benignas também. Mas, na presença deles, é fundamental realizar os exames para investigar.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) assegura que nenhum dos exames tem ligação com qualquer aspecto da sexualidade.
Por falar nisso, muitos acreditam que o tratamento do câncer de próstata pode comprometer a virilidade.
No entanto, a própria SBCO explica: é normal haver uma pequena redução da excitação sexual após o tratamento, mas o ritmo do corpo volta ao normal dentro de alguns meses a um ano.
Além disso, aproximadamente metade dos homens com bom desempenho sexual antes do tratamento se mantém assim até a conclusão.
29% dos diagnósticos de câncer em homens no país são de próstata, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Segundo o Ministério da Saúde, muitos casos poderiam ser evitados se a população masculina se cuidasse mais.
Manter uma rotina de exames e consultas é fundamental para mapear o corpo e alcançar o diagnóstico. Quando feito de maneira precoce, a chance de cura é de até 90%.
Buscar orientações médicas de confiança e conversar com sua família sobre seus receios e dúvidas pode te ajudar a desmistificar o assunto. Informação e afeto são formas poderosas de cuidado.
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Ministério da Saúde 1, 2 | Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica | Hospital Albert Einstein
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