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Leucemia: sintomas, tipos e tratamentos



A leucemia é uma doença que pode atingir mais de 10 mil brasileiros entre os anos de 2020 e 2022, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA). É o décimo tipo de câncer mais comum entre os homens e 11º entre as mulheres.


Leucemia é como chamamos o conjunto de cânceres que afeta os leucócitos, ou seja, os glóbulos brancos do sangue, responsáveis pela defesa do corpo. Quando eles adoecem, o corpo todo sente. Isso porque, além de prejudicar diretamente o sistema imunológico, os glóbulos brancos doentes impedem ou dificultam a produção dos outros elementos do sangue.


As causas da doença ainda não são totalmente esclarecidas pela ciência, o que dificulta a prevenção. Mas a compreensão sobre como ela ocorre no corpo já está mais avançada, o que tem contribuído muito para a evolução e o sucesso dos tratamentos.


Entendendo o sangue e as células sanguíneas

O sangue é um tecido vivo que leva oxigênio e nutrientes para todos os órgãos e tecidos. Ele é composto de uma parte líquida (plasma) e de células formadas a partir de células-tronco presentes na medula óssea, que se transformam em glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemáceas) e plaquetas.



Composição do sangue


Plasma: composto de água, proteínas e sais minerais, transporta os nutrientes necessários às células.


Glóbulos brancos: (leucócitos)responsáveis pelo combate a infecções.


Glóbulos vermelhos: (hemácias)transportam oxigênio a todas as células e plaquetas.


Plaquetas: pequenas células que atuam na coagulação sanguínea para estancar perdas de sangue.


Como a leucemia surge

A leucemia ocorre quando uma mutação genética atinge uma célula sanguínea ainda em formação, transformando-a em uma célula cancerosa. Ela passa a se multiplicar e tomar o lugar das outras células sanguíneas no organismo, inclusive dos glóbulos vermelhos e das plaquetas.

Essa mutação pode acontecer nas células linfoides ou nas mieloides, o que já determina o primeiro subtipo da doença: leucemia linfoide, linfocítica ou linfoblástica (nos leucócitos do primeiro grupo) ou leucemia mieloide ou mieloblástica (quando afeta os do segundo grupo).

Já a velocidade da proliferação de células cancerosas determina a segunda característica das leucemias: crônica (mais lenta) ou aguda (mais veloz).


Nas formas crônicas de leucemia, a evolução e manifestação da doença se dá de maneira lenta porque as células leucêmicas têm um nível de maturidade um pouco maior. No início, elas ainda conseguem fazer algum trabalho dos glóbulos brancos normais, adiando ou minimizando o aparecimento dos sintomas.


As formas agudas são as mais graves, pela rapidez com que células ainda imaturas e defeituosas se multiplicam, reduzindo o espaço para que as saudáveis trabalhem no combate a infecções, anemia e sangramentos. Por outro lado, a forma aguda da doença é mais rapidamente diagnosticada. Estas são as células imaturas (também chamadas de blastos) e respondem por mais de 20% das células sanguíneas.

Assim, temos os quatro tipos mais conhecidos da doença:

Leucemia linfoide crônica (LLC)

Afeta células linfoides e se desenvolve de forma lenta. Raramente afeta crianças. A maioria das pessoas diagnosticadas com esse tipo da doença tem mais de 55 anos.


Leucemia linfoide aguda (LLA)

Afeta células linfoides e agrava-se de maneira rápida. É o tipo mais comum em crianças e adolescentes, mas também ocorre em adultos.


Leucemia mieloide crônica (LMC)

Afeta células mieloides e se desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. Em alguns casos, o tratamento pode dispensar a quimioterapia, com o uso de medicamentos inibidores da proteína tirosina quinase causadora especificamente dessa leucemia.


Leucemia mieloide aguda (LMA)

Afeta as células mieloides e avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças, mas a incidência aumenta com a idade.

A multiplicação e o acúmulo de celulas defeituosas afeta a produção das células sanguíneas saudáveis como, glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas, levando a diferentes sintomas:

  • maior frequência de infecções

  • anemia

  • palidez

  • fadiga

  • palpitação

  • febre ou suores noturnos inexplicáveis

  • sangramentos das gengivas e pelo nariz

  • manchas roxas na pele ou pontos vermelhos sob a pele

  • perda de peso sem motivo aparente

  • desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado)

  • dores nos ossos e nas articulações

Se a doença afetar o Sistema Nervoso Central (SNC), podem surgir, ainda, dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação. No caso da Leucemia Linfoide Aguda (LLA), os sintomas podem incluir o surgimento de nódulos indolores nas regiões das virilhas, axilas e pescoço.

Segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE), se diagnosticada precocemente, as chances de cura da leucemia são de 90% para as crianças e de 50% em adultos de até 60 anos.


Quando há suspeita de leucemia, é feito um hemograma (exame de sangue) em que se avaliam as condições das células sanguíneas. Alterações no número de leucócitos (normalmente para mais) e de hemácias e plaquetas (normalmente para menos) podem ser indicativos de leucemia (mas não necessariamente).


A confirmação, porém, é feita a partir do exame da medula óssea (mielograma). Nesse exame, retira-se uma pequena quantidade de sangue da medula para análise citológica (avaliação da forma das células), citogenética (avaliação dos cromossomos das células), molecular (avaliação de mutações genéticas) e imunofenotípica (identificação do tipo exato das células).

Como é feito o tratamento contra leucemia?


O tratamento é feito em etapas: indução de remissão, consolidação e manutenção. O tempo de tratamento pode variar de um a mais de dois anos. O objetivo é destruir as células leucêmicas da medula óssea para que ela volte a produzir células normais. Isso é induzido logo na primeira etapa do tratamento.


As etapas seguintes variam conforme o tipo de leucemia, as características das células leucêmicas, o estado geral do paciente e outras doenças que ele possa ter.

Atualmente, existe tratamento para todos os tipos de leucemia, que, muitas vezes, podem ser curados com o uso de quimioterapia e outros medicamentos. Caso haja resistência das células, pode ser necessário o transplante de medula óssea.


Mesmo para casos ainda sem cura, existem tratamentos que permitem o controle da doença, com qualidade de vida ao paciente por décadas. Converse sempre com a equipe médica para avaliar as opções para cada paciente.



Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fontes: INCA | ABRALE | Oncoguia | Drauzio Varella


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