A hipertensão, também conhecida como pressão alta, é uma doença comum na população brasileira. A condição afeta uma a cada quatro pessoas adultas no país – mas pode ser diagnosticada em todas as fases da vida.
Como ocorre o diagnóstico e quais são os cuidados necessários, ainda mais durante a pandemia da COVID-19? Vamos saber mais a seguir.
Apesar de ser uma condição relativamente comum, a hipertensão age silenciosamente no organismo. De acordo com estudos recentes, é considerado um caso de pressão arterial elevada se a leitura da pressão arterial sistólica for de 120 a 129 mmHg (que significa milímetros de mercúrio). Se a leitura sistólica atingir 130 ou mais, ou a leitura diastólica é 80 ou mais, pode ser considerado um caso de pressão alta ou hipertensão.
Pessoas hipertensas também podem sentir tontura, dor no peito e na cabeça. Porém, a maioria dos sintomas costuma aparecer quando há uma agravação nessa condição cardíaca que, se não tratada corretamente, pode levar até mesmo ao desenvolvimento de complicações no coração, como infarto e AVC (acidente vascular cerebral).
Causas da hipertensão
Alguns fatores impactam no desenvolvimento dessa doença, como estilo de vida sedentário, estresse, alimentação com muito sal e aumento de peso. Mas, também, existem casos que não dependem de fatores externos.
O acúmulo de gordura nas artérias, consequente de uma alimentação pouco balanceada, por exemplo, causa o estreitamento das veias, fazendo com que o coração precise se esforçar mais para bombear o sangue, aumentando a pressão e prejudicando o funcionamento do órgão.
Com o envelhecimento do corpo, as artérias também tendem a se tornar menos elásticas e menos capazes de acomodar a passagem do sangue, que, quando flui pelas artérias sob alta pressão, pode danificar o revestimento interno dos vasos sanguíneos, acelerando o acúmulo de placas carregadas de colesterol. Isso enrijece e estreita ainda mais as artérias, causando uma condição de saúde chamada de aterosclerose.
Considerando que o mesmo volume de sangue precisa passar por uma área menor, a pressão sistólica tende a aumentar, enquanto a pressão diastólica permanece a mesma ou diminui gradualmente com o tempo.
Antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, o paciente com suspeita de hipertensão deve consultar um médico para avaliar a melhor abordagem de acordo com o caso, que pode incluir exames de resistência física e testes laboratoriais para auxiliar no diagnóstico.
No início da pandemia de COVID-19 no Brasil, muito se falava sobre os tais grupos de risco, que teriam maior propensão de desenvolver a doença com sintomas mais graves. A hipertensão foi incluída nessa conta, junto de outras doenças crônicas, como asma e diabetes.
Com o passar do tempo e a evolução do conhecimento científico sobre os impactos do novo coronavírus no organismo humano, entendeu-se que uma das sequelas do vírus atinge diretamente o coração.
Em uma pessoa com uma condição cardíaca sensível, essa contaminação representa um risco maior de agravamento pela ação do vírus no coração, observado em determinados estudos.
Além disso, durante o isolamento social, tem sido comum descuidarmos da alimentação, diminuindo as idas ao mercado e investindo mais em refeições prontas, que podem conter gorduras ruins para o organismo e quantidades elevadas de sal.
Passando a maior parte do tempo dentro de casa, a prática de exercício físico também pode ser prejudicada, contribuindo para uma vida mais sedentária e menos saudável. Esses fatores são grandes inimigos dos hipertensos e devem ser monitorados para que não haja piora nos sintomas.
Como a hipertensão resulta em complicações graves de COVID-19?
A relação entre hipertensão e o desenvolvimento de casos graves de COVID-19 é complexa. Alguns especialistas acreditam que a pressão sanguínea descontrolada resulta em inflamação crônica em todo o corpo, o que danifica os vasos sanguíneos e resulta na desregulação do sistema imunológico. Isso resulta em dificuldade de combate ao vírus ou em uma reação exagerada e perigosa do sistema imunológico à COVID-19.
A pandemia da COVID-19 segue e os cuidados com a nossa saúde não podem ser deixados de lado. Confira maneiras simples de manter o bem-estar em casa e evitar alterações na pressão arterial:
Cozinhe mais: a alimentação balanceada contribui para um organismo mais saudável em todos os aspectos e possibilita que você tenha o controle do que ingere, conhecendo todos os ingredientes do preparo
Crie uma rotina de exercícios: seja com aplicativos, vídeos na internet ou podcasts, tente se manter ativo, mesmo dentro de casa
Tome os medicamentos na hora certa: despertadores, lembretes e outros métodos podem ajudar a seguir à risca os horários recomendados pelo médico para ingestão dos remédios
Beba água: a água é um diurético natural que auxilia o organismo a limpar as impurezas
Mantenha-se informado: acompanhe fontes confiáveis de informações sobre a COVID-19
O controle adequado da pressão arterial tem benefícios de saúde a longo prazo e pode ajudar a prevenir sintomas graves de COVID-19.
Ficar em casa sempre que possível e manter a higiene é primordial. Para quem possui diagnóstico de hipertensão, essa máxima deve ser reforçada e estimulada para todas as pessoas do convívio diário.
As visitas também são desaconselhadas e, se houver contato com outras pessoas, deve ser sempre de máscara e mantendo uma distância adequada.
Os hipertensos devem continuar o tratamento com medicamentos em casa, respeitando os horários, e manter as idas presenciais ao médico sempre que for necessário.
Quando for possível substituir e não houver alguma emergência envolvida, as consultas de acompanhamento podem acontecer a distância, por telefone ou videochamada.
É importante manter um acompanhamento com outros profissionais, principalmente para avaliar a alimentação e a ingestão de sal.
Por aqui, temos várias receitas saudáveis para testar em casa. Fique à vontade para experimentar a que melhor combina com você!
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Organização Pan Americana de Saúde/OMS, Harvard (Which blood pressure number matters most?, Hypertension, health inequities, and implications for COVID-19)
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