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Entenda o transtorno de estresse pós-traumático


A palavra estresse já se tornou frequente no vocabulário de jovens e adultos ao redor do mundo, além de ter virado tema de incontáveis matérias, livros, produtos de entretenimento e pesquisas científicas. Mas, para além da condição em sua expressão generalizada, o que acontece quando ela é ligada ao trauma?


O que é transtorno de estresse pós-traumático


TEPT, sigla para transtorno de estresse pós-traumático, é uma síndrome potencialmente crônica que envolve complexas interações neurobiológicas em diversas regiões do cérebro como resultado da vivência ou ameaças traumáticas.


Os traumas vivenciados podem ser de diferentes naturezas: violências contra o corpo físico, vivências de guerra ou desastres naturais, abuso sexual ou psicológico, ameaças graves, bullying e até mesmo burnout podem ser considerados traumas para efeito dessa síndrome.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 0,37% da população mundial sofre do distúrbio. Porém, a incidência do evento traumático não é causa única para o desenvolvimento do transtorno: ambiente, genética, temperamento, condições anteriores e uso de drogas ou medicamentos podem interferir tanto na ocorrência quanto no prognóstico.


Além disso, sua manifestação pode ser aguda, com apresentação de até seis meses, ou crônica, com mais de seis meses de duração dos sintomas.



É importante entender, antes de tudo, que o diagnóstico de TEPT é complexo e deve sempre ser feito por um médico.

Segundo o sistema classificatório de doenças, DSM (American Psychiatric Association) um combinado de sintomas é analisado junto a critérios de exclusão para que seja possível diagnosticar o transtorno. Alguns fatores pré-existentes como experiência traumática anterior, existência de outro transtorno mental, classe socioeconômica baixa e menor escolaridade são correlacionados a uma maior prevalência.

Entre os sintomas mais comuns, estão:

Experiência repetida do evento através de memórias recorrentes ou pesadelos

Pensamentos intrusivos e dissociação

Reação negativa, que pode ser física, emocional ou psicológica, quando há lembranças sobre o incidente estressor

Fuga constante de temas, gatilhos, falas ou memórias relacionadas à experiência

Alterações negativas na cognição e no humor

Inabilidade de lembrar aspectos da experiência

Crenças e expectativas negativas e exageradas sobre si, os outros, o mundo e as consequências do trauma

Estado psicológico e emocional negativo persistente, como tristeza, culpa e terror

Dificuldade de sentir emoções positivas ou viver experiências positivas

Perda de interesse em atividades

Isolamento social

Irritabilidade

Distúrbios de sono e concentração

Constante estado de alerta

Ações autodestrutivas

Vale ressaltar que a análise destes sintomas para que se torne um diagnóstico, precisa vir de um médico especialista.

É comum que alguns mitos sejam divulgados como verdade. Portanto, é importante esclarecer alguns pontos relacionados a esse transtorno.

1. Apenas violências físicas podem causar TEPT. Mito. O diagnóstico também se dá em casos de violências psicológicas, em ameaças, entre outros. Não é o tipo de trauma que vai definir a resposta do nosso corpo.

2. Qualquer reação negativa a traumas configura TEPT Mito. O diagnóstico também se dá em casos de violências psicológicas, em ameaças, entre outros. Não é o tipo de trauma que vai definir a resposta do nosso corpo.

3. É tudo psicológico. Mito. De fato, há manifestações psicológicas relacionadas ao transtorno, mas existem também potenciais mudanças na anatomia e neurofisiologia cerebral, assim como em alguns neurotransmissores. Também existe, em consequência, uma série de reações físicas como aceleração da frequência cardíaca e aumento da pressão sanguínea.

Seja para você mesmo ou para um conhecido, reconhecer quando chegou a hora de pedir ajuda é essencial para a superação de diversos obstáculos da vida. Quando falamos de saúde, isso é ainda mais importante. Para tanto, é necessário que haja momentos de avaliação pessoal em relação à prevalência e permanência de sintomas que possam sinalizar alguma questão mental que precise de olhar médico.


Logo, o primeiro passo é sempre procurar a ajuda de profissionais da medicina habilitados para lidar com o transtorno. Só assim será possível obter um diagnóstico confiável e coerente, para então se definir uma conduta para os próximos passos.


É importante reconhecer que existe tratamento para TEPT. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das ferramentas mais comuns, sendo a psicoterapia um dos principais pilares para o tratamento, que pode ou não ser conjugado a medicamentos. Cada caso terá seu cuidado personalizado de acordo com suas nuances específicas, já que, quando se fala de saúde, o olhar humano e individual é essencial.


Além disso, exercícios de autoconhecimento são peça-chave para bons relacionamentos e para a saúde mental.




Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fontes: Gov.br | SBCM | SBP | USP | Einstein

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