Uma educação financeira bem orientada na infância tem reflexos positivos em muitas funções e desafios da vida adulta. Mas esse investimento não é só para o futuro. Conforme aumenta a familiaridade com o tema, a criança entende o valor do dinheiro e aprende a estabelecer prioridades.
Explicar como notas e moedas funcionam, estimular a habilidade numérica com brincadeiras, entre outros estímulos, são medidas que ajudam a construir a relação do seu filho com as finanças.
Entenda o momento certo de começar
Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas, o estágio inicial de aprendizado financeiro infantil começa aos 5 anos de idade. Antes disso, tentar introduzir o tema é prematuro.
Antes disso, o tema pode estar presente de forma lúdica, brincando de lojinha, por exemplo, mas sem esperar verossimilhança de valores.
Conforme a criança cresce, a compreensão aumenta, e é possível ter maior clareza sobre o que é caro e o que é barato, o que é vontade e o que é necessidade, e assim por diante.
Ensine a contar dinheiro
Crianças nessa fase são curiosas e têm bastante energia. Ensiná-las a contar moedas e notas, por exemplo, é um desafio divertido. Aqui também pode ser apresentada a distinção entre “necessidade” e “vontade”.
Uma criança que tomou sorvete de sobremesa, no almoço em família no restaurante, provavelmente não “precisa” comprar um chocolate. Ela pode ter “vontade”. Ajude seu filho a entender a diferença.
Brincadeira educativas
Outra dica é contar com o suporte de jogos e livros sobre números, ou até mesmo que abordam práticas de negociação/consumo de maneira lúdica.
Brincar de fazer compras em casa é uma boa tática. Para isso, nem precisa ter brinquedos específicos que simulam supermercados. Sempre dá para aproveitar os itens da própria cozinha ou mesmo no quarto da criança. Para fazer o pagamento, é legal criar cédulas de brinquedo com as crianças.
Mesada ou semanada
O assunto não é consenso, mas caso a família tenha condições, pode ser um exercício interessante deixar a criança administrar uma pequena quantidade de dinheiro. Isso fica um pouco mais fácil a partir dos 8 anos, com pequenas quantias semanais para lanches e lazer.
Assim, ela vai aprender a estabelecer prioridades e a economizar, a partir de alguns questionamentos: comer um segundo pão de queijo ou ir ao cinema no final de semana?
Conduza a criança no processo e estimule esses desafios. É importante reforçar que o valor recebido não é necessariamente o pagamento em troca de, mas uma demonstração de confiança. Além disso, inclua o pequeno em conversas sobre dinheiro.
A partir dos 11 anos, é possível passar para quinzenadas ou mesadas, pois elas já têm uma melhor noção de tempo e autocontrole.
Baixe AQUI um material para utilizar com as crianças e ajudar na educação financeira e testar as habilidades da criança com organização do seu dinheiro.
Comprando em família
Essa dica é para um dia com tempo sobrando. Que tal pedir a ajuda da criança durante as compras da semana? Aqui é bom explicar qual é o orçamento e mostrar a lista com as prioridades. A criança com mais de 7 anos pode ajudar a comparar os preços e somar.
Outra possibilidade é mostrar algumas contas domésticas como resultado de ações diárias da família: a internet, os canais de streaming, a conta de energia, de água, aluguel, etc. Essa é uma forma de ajudar seu filho a entender que ele precisa fazer o mesmo tipo de avaliação - e ponderação - com o dinheiro recebido toda semana ou mês.
Educação financeira na adolescência
Ao chegar nessa fase, questionamentos sobre quais caminhos profissionais seguir aparecem no horizonte dos jovens. O adolescente já compreende também a relação entre tempo e dinheiro.
Para estimular, explique um pouco de seu próprio ofício, como é seu dia a dia. Fale sobre a remuneração e como ela atende aos gastos da família.
Dica: o objetivo é passar informações sobre o mundo do trabalho, para que ele tome suas próprias decisões e compreenda o conceito de remuneração. Em vez de dizer qual caminho seguir, procure orientar e escutar as vontades e dúvidas do jovem.
Orçamento anual para jovens
Especialistas sugerem criar um orçamento anual para adolescentes a partir de 16 anos (inclua todas as mesadas/semanadas). Isso a fim de proporcionar uma visão ampla sobre gastos e compreensão da importância de se planejar.
Por fim, como você deve ter percebido ao longo da leitura, a educação financeira começa em casa. Você é o melhor exemplo! Mostre para seu filho que você também precisa fazer escolhas quando o assunto é dinheiro.
Aliás, confira neste outro artigo algumas dicas sobre como manter o equilíbrio entre saúde financeira e mental.
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Universidade Estadual de Maringá | Fundação Getúlio Vargas
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