É possível melhorar a autoestima num contexto em que as redes sociais disseminam ideais inatingíveis de corpo e vida perfeitos, além de filtros que falsificam a realidade? A comparação com outras pessoas e com padrões de beleza socialmente impostos pode ter um impacto pesado na autoimagem e prejudicar a saúde física e mental.
Neste artigo, trataremos de como o uso sem critérios das redes sociais pode gerar problemas de autoestima, com dicas para ter uma relação mais sadia com a própria imagem.
“E fora dos stories, você tá bem?”. O bordão que viralizou após uma postagem nas redes sociais faz uma provocação com um contexto em que as pessoas usam a internet para divulgar apenas seus bons momentos.
Quando apenas o belo, o positivo e o inspirador são divulgados, pode parecer que a vida da pessoa é livre de dificuldades e imperfeições. Surgem, então, as comparações, e a autoestima de quem vê vai lá pra baixo.
Uma pesquisa de Mestrado em Psicologia realizada na PUC-RJ mostrou uma relação entre o tempo de uso das redes sociais e a autoestima. Segundo o estudo, quanto mais tempo as pessoas passam expostas às redes sociais, mais elas se comparam às outras e maior é o impacto na redução da autoestima.
Isso fica ainda mais nítido quando analisamos o estudo da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos, onde mostra que 55% das pessoas que realizaram cirurgias plásticas em 2017 procuraram procedimentos estéticos com o objetivo de melhorar sua aparência para aparecer em selfies.
A busca por se encaixar em determinados padrões estéticos e a comparação com a vida pública de outras pessoas podem ter efeitos negativos na saúde física e mental. Os jovens que passam mais de duas horas por dia utilizando redes sociais, por exemplo, têm maior propensão a ter problemas como angústia, depressão e ansiedade.
Além disso, a insatisfação com o próprio corpo, exacerbada pela comparação com os padrões exibidos nas redes, pode levar a transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia.
Nos casos em que o bem-estar físico e mental são prejudicados, é importante buscar o auxílio de profissionais da saúde para reencontrar o equilíbrio.
Como melhorar a autoestima em um mundo pautado nas redes sociais
Não existe receita pronta nem conselho infalível, pois cada pessoa é diferente e lidará com a situação de uma maneira distinta. Mas apresentamos algumas dicas que podem ajudar.
Evite comparações. Cada pessoa é de um jeito e é essa diversidade que torna a vida tão incrível. Leve em conta que as pessoas costumam postar nas redes sociais apenas a parte boa da vida. Assim como você, todos têm dias bons e não tão bons. Reduza o tempo de uso das redes sociais. Existem aplicativos que permitem monitorar e restringir esse tempo, conforme o limite que você estabelece.
Deixe de seguir perfis com beleza irreal que só provocam angústia, comparação e tristeza. Escolha seguir pessoas com perfil e realidade semelhantes aos seus. Isso ajuda a reconhecer e a valorizar suas características. Procure ter momentos de convívio com pessoas que você ama. O contato com familiares e amigos é essencial para a saúde emocional. Pratique atividades físicas. Pode ser uma caminhada, uma dança com os filhos ou uma pedalada pelo bairro. Mantenha atividades que dão prazer e satisfação pessoal, como assistir a uma série ou desenhar. Valide e celebre suas pequenas conquistas. Um elogio recebido no trabalho ou um livro concluído, por exemplo.
Mais importante que postar nas redes sociais, ou buscar inspirações e validações externas, é ser gentil consigo mesmo. Criar metas possíveis para a adoção de hábitos saudáveis e rotinas de autocuidado também ajuda a cultivar uma autoimagem positiva e feliz.
E lembre-se: reconhecer e agradecer cada passo é fundamental na conquista do equilíbrio entre corpo e mente.
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Ânima Educação | Hospital Santa Mônica | PUC-SP |
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