O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que formam um tumor. A doença é mais comum em mulheres, mas também atinge os homens, embora raramente.
Apesar do alto índice de mortalidade associado a esse câncer, os estudos sobre ele evoluíram muito nos últimos anos e cada vez mais temos informações sobre tratamento, prevenção, diagnóstico e autoexame.
Mas quais são os passos que se seguem a uma eventual detecção do câncer e um tratamento de sucesso? É completamente normal que, após o período de tratamento, você não queira mais carregar o rótulo de paciente com câncer ou de sobrevivente de câncer.
Tudo bem querer seguir a vida deixando certas definições e nomenclaturas para trás. Mas para isso é preciso se informar e saber cada vez mais sobre o que esperar na vida depois do câncer de mama.
Sim. É essencial manter os exames de rotina em dia e seguir as orientações médicas mesmo após o tratamento do câncer de mama.
Essa é uma forma de monitorar o risco de reaparecimento da doença– chamado de recidiva, além de também ser o momento em que seu médico pode acompanhar possíveis efeitos colaterais, sequelas físicas ou mesmo psicológicas.
Manter sua rotina de exames é uma forma de manter o cuidado consigo mesma.
Não há realmente contraindicações para o uso de prótese mamária. É comum encontrar na internet afirmações de que a colocação da prótese pode causar a recidiva do câncer de mama, mas isso é mito.
Não há nada que associe clinicamente a prótese mamária ao câncer. Se você estiver pensando em optar por ela, fale com seu médico sobre a possibilidade. Ele poderá te orientar da melhor forma, considerando seu histórico.
Estudos já mostram que é possível engravidar depois do câncer de mama. Testes feitos com e sem congelamento dos óvulos, processo chamado de criopreservação, mostraram resultados positivos de gravidez bem-sucedida.
No entanto, é preciso ter alguns cuidados. Algumas medicações têm um prazo mínimo recomendado, após o uso, para que se tente engravidar; em outros casos, a depender do tipo de tratamento, a criopreservação pode ser indicada antes mesmo do seu início.
Por isso, é importante sempre consultar seu médico e ser franca sobre suas expectativas.
A amamentação é uma forma natural de diminuir o risco do câncer de mama, pois, durante o período de aleitamento, as taxas de hormônios que podem contribuir para o desenvolvimento de tumores tendem a cair.
Além disso, outros processos de eliminação e renovação de células que podem apresentar lesões no material genético também acontecem durante a amamentação.
Se você tem alguém próximo na sua família ou no seu círculo de amigos que passou pelo tratamento contra o câncer, existem certos cuidados que você pode ter ao oferecer apoio a essa pessoa.
Lembre-se sempre da importância de realizar exames regulares, e, se sentir que é oportuno, ofereça-se para acompanhar a pessoa. É necessária uma atenção regular para a detecção de uma possível recidiva.
Manter um estilo de vida saudável deve fazer parte da rotina. Se a pessoa não se sente à vontade em ter um acompanhante em consultas e exames, você pode estar presente para apoiá-la numa vida mais saudável, seja com dicas e receitas para uma alimentação mais equilibrada ou com a prática de atividades físicas em conjunto.
O acompanhamento psicológico também é muito importante para a recuperação. É possível que você tenha que lidar com alterações de humor ou com um comportamento totalmente novo. Por isso é importante normalizar a necessidade da terapia durante esse período e demonstrar seu apoio, com paciência e empatia.
Adotar hábitos saudáveis pode fazer muita diferença a longo prazo. Praticar atividades físicas, manter o peso corporal adequado, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o tabagismo, além de amamentar durante o máximo de tempo possível, são algumas práticas benéficas que podem ajudar na prevenção do câncer de mama.
Além do autoexame como medida de prevenção, é importante conhecer os principais sinais e sintomas: nódulos fixos e indolores, pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja, alterações no mamilo, pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço e saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos. Ao primeiro sinal, procure um médico.
Não. As vacinas contra a COVID-19 não causam câncer ou quaisquer outras doenças na mama.
Fake news sobre a relação entre vacinação e mamografia têm sido cada vez mais comuns durante os últimos meses, e a Comissão Nacional de Mamografia se pronunciou sobre o assunto para esclarecer os boatos que vinham surgindo.
É comum que as vacinas contra COVID-19 causem inchaço transitório de gânglios embaixo do braço. Esse inchaço também pode ocorrer com outras vacinas, após depilação a laser da axila e por inflamações no ombro. É uma reação de defesa normal do corpo e que pode aparecer nos exames de mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética.
Por isso, é importante que, ao fazer seus exames de rotina, você informe que foi vacinada recentemente e em qual braço, para evitar interpretações erradas do resultado.
Aguardar quatro semanas após a vacinação para realizar a mamografia é uma sugestão válida apenas para mulheres que estão com seus exames de rotina em dia, desde que esse novo prazo não prejudique seu diagnóstico.
Além disso, tomar a vacina não deve ser de forma alguma impeditivo para a realização da mamografia de rotina. No último ano, cerca de 50% das mulheres deixaram de realizar mamografias devido à pandemia e estima-se que isso terá um impacto futuro nas taxas de mortalidade por câncer de mama.
Não atrase seus exames pela vacina e não atrase sua vacina pelos exames! É possível se programar e fazer ambos procedimentos e a hora de cuidar da sua saúde é agora.
Você conhece alguém que passou pelo câncer de mama ou essa pessoa é você? Veja algumas dicas para lidar de forma saudável com o pós-tratamento:
Inclua, em suas próximas consultas médicas, seu histórico completo do câncer de mama, com laudos, relatórios cirúrgicos, registros de exames de imagem e medicação tomada.
Busque um grupo de apoio. Voltar à rotina requer um período de adaptação e você não precisa lidar com isso sozinho: contar com pessoas que vivenciaram uma experiência parecida com a sua pode ajudar.
Considere o auxílio terapêutico com profissionais da psicologia. Situações de impacto podem afetar significativamente nosso emocional, por isso é tão importante entender como estamos, para que isso não acabe interferindo em outras esferas da nossa vida.
Cuide de você: escreva em um papel todas as atividades que te dão prazer e coloque-as em prática. Se você gosta de maquiagem, por exemplo, por que não definir um dia da semana para testar cores novas de batons e sombras? Ou caminhar poucos minutos por dia no parque para respirar ar puro. O autocuidado é uma etapa essencial – não somente no pós-tratamento do câncer, mas em todos os momentos de nossas vidas – e você é a única pessoa que pode fazer isso.
Escreva suas metas para o futuro. Nenhum tempo é perdido, mas sim vivido. Considere desde objetivos simples até os mais complexos, para semanas, meses e anos. Quando nosso cérebro visualiza informações organizadas, o sentimento de ansiedade para fazermos tudo o que queremos diminui. Dará tempo de fazer tudo: acredite!
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Femama, Centro Especializado em Oncologia Oswaldo Cruz, Harvard Health Publishing, Sociedade Brasileira de Mastologia, INCA (1, 2, 3)
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