Você sabe por quanto tempo recebeu leite materno na infância?
Cada vez mais, a ciência vem relacionando a amamentação, especialmente prolongada, a diversos benefícios de saúde para a mãe e para o bebê. Para começar, o contato com a pele estimula a liberação de ocitocina, um hormônio relacionado à conexão e ao bem-estar: dessa forma, os vínculos afetivos entre mãe e bebê são fortalecidos.
Seguindo as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde do Brasil, é recomendado que a amamentação seja mantida por dois anos ou mais, sendo os primeiros seis meses de forma exclusiva. Durante esse período, o leite materno se adapta às necessidades do lactente, garantindo uma nutrição completa e oferecendo uma série de benefícios.
O leite materno é uma fonte completa de nutrientes essenciais para um desenvolvimento saudável, sendo reconhecido como a principal e mais fundamental recomendação para a saúde da criança. Até os 6 meses de idade, deve ser fonte exclusiva de alimentação, já que não existem benefícios em introduzir alimentos complementares antes disso. Pelo contrário: quando introduzidos de forma precoce, eles podem reduzir a absorção de nutrientes e aumentar o risco de desnutrição, diarreia e obesidade infantil.
Mesmo depois da introdução alimentar, o leite materno ainda é muito nutritivo. Conforme pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante o segundo ano de vida, 500 ml de leite materno suprem 95% das necessidades diárias de vitamina C, 45% de vitamina A, 38% de proteínas de alto valor biológico e 31% do total de energia requerida por uma criança.
Desenvolvimento saudável do bebê A amamentação natural melhora a imunidade do bebê, diminuindo riscos de diarreia e infecções respiratórias. Além disso, a longo prazo, também diminui riscos de obesidade, diabetes, colesterol alto e hipertensão. Considerando todos os benefícios, a prática reduz 13% da mortalidade em crianças menores de 5 anos. Benefícios no desenvolvimento psicossocial da criança também são encontrados, como melhor cognição e integração social.
Os efeitos positivos da amamentação prolongada na saúde da mãe incluem menores taxas de hipertensão, de gordura na corrente sanguínea e de doenças cardiovasculares, além de melhorias na saúde mental.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os benefícios se estendem à prevenção do câncer de mama: as estimativas atuais sugerem que, a cada ano de amamentação, o risco é reduzido de 4,3% a 6%. O impacto se dá pela diminuição de hormônios que facilitam o desenvolvimento do câncer de mama e pela eliminação de células que poderiam apresentar alterações genéticas.
Os desafios que as mães enfrentam
Sabemos que o leite materno se adapta às necessidades da criança à medida que ela cresce, fornecendo os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. Mesmo assim, um dos principais desafios enfrentados pelas mães é o estigma relacionado à amamentação prolongada.
O apoio contínuo, a educação e o acesso a profissionais de saúde capacitados em amamentação são fundamentais para superar os desafios e garantir uma experiência positiva e gratificante para as mães que optam por praticar a amamentação prolongada.
O fim da amamentação também pode ser uma fase desafiadora e o ideal é que ocorra de forma natural.
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Ministerio da Saúde 1, 2 | Sociedade Paulista de Pediatria | Fiocruz
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